Profissionais de 14 a 25 anos atuam nas mais diversas unidades do Tribunal diariamente
29/04/2025 - O Dia Internacional do Jovem Trabalhador, comemorado na última semana, foi instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para valorizar a inserção dos jovens no mercado de trabalho.
Para marcar essa data, a Secretaria de Comunicação do TST publica agora três histórias inspiradoras de quem está construindo seu caminho aqui na instituição: um servidor, um jovem aprendiz e um estagiário.
Atualmente, o TST conta com 42 jovens aprendizes em atuação, sendo 22 mulheres e 20 homens. Antes de ingressarem nas atividades práticas no Tribunal, esses jovens participam de um curso teórico técnico-profissional, com duração aproximada de 15 dias, promovido pelo Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Adolescentes e Jovens (Cesam). Após essa etapa de formação, eles estão prontos para contribuir com o dia a dia da Justiça do Trabalho.
Outros 255 jovens atuam como estagiários, sendo 16 de nível médio e 239 de nível superior. Ainda de acordo com a Coordenadoria de Informações Funcionais, atualmente há seis servidores ativos com até 25 anos (quatro homens e duas mulheres).
Inspiração que veio de casa
Aos 23 anos, Mateus Araújo é o servidor mais jovem do TST. Técnico judiciário da área de Apoio Especializado em Programação, ele integra a equipe da Coordenadoria de Estatística (Cestat) desde setembro de 2024, quando foi nomeado no concurso realizado em 2023. “Aproveitei as férias universitárias para estudar com foco total nesse certame”, relembra.
A motivação para ingressar no serviço público veio de casa. Seu pai trabalha no judiciário e, ao ver a abertura de um edital voltado à área de tecnologia, ele enxergou a chance de unir sua formação à possibilidade de contribuir com um propósito social.
A adaptação ao novo ambiente foi rápida e positiva. “Gostei muito do ambiente e fui muito bem acolhido pelos colegas e gestores”. Segundo ele, um dos principais desafios foi compreender os sistemas utilizados pelo Tribunal, que apresentam um grande volume de informações e pouca documentação clara. Ainda assim, vê no TST um espaço de diálogo, inovação e crescimento. “Várias das nossas ideias já estão sendo aplicadas”.
Para o jovem servidor, as diferenças geracionais não representam uma barreira. Pelo contrário. De acordo com ele, todos mantêm um bom ritmo de trabalho, colaboram na solução de problemas e ajudam uns aos outros. “É uma fonte valiosa de aprendizado, pois posso contar com a experiência dos mais antigos sempre que tenho dúvidas”, destaca.
Para ele, a juventude traz um impulso importante para a adoção de automação, de Inteligência Artificial e de ferramentas colaborativas. “Podemos propor melhorias contínuas e tornar os processos mais transparentes e ágeis”, observa. Seus planos incluem o desenvolvimento em projetos de tecnologia da informação e o desejo de assumir novas responsabilidades.
Aos que estão ingressando no serviço público, ele deixa um conselho: “se você é jovem e está começando no serviço público, invista em aprendizado contínuo, seja proativo ao apontar melhorias e valorize quem já conhece bem a instituição”.
Experiência que marcou o desenvolvimento pessoal
Aos 18 anos, Sofia Margarida está prestes a encerrar um ciclo importante em sua trajetória. Depois de dois anos atuando como jovem aprendiz no TST, ela se despede da instituição em agosto deste ano. Aluna do terceiro ano do ensino médio, ela conta que a experiência marcou profundamente seu desenvolvimento pessoal e profissional. “Esse foi meu primeiro emprego. Nunca imaginei que iria trabalhar em um lugar tão bom. Quando me inscrevi pelo Cesam, não fazia ideia de que seria encaminhada para o TST”, relembra a jovem, que atualmente atua na Coordenadoria de Apoio ao Desenvolvimento (Caad).
A rotina não é fácil: pela manhã, ela frequenta as aulas na escola e, à tarde, trabalha no Tribunal, das 14h às 18h. As noites e os fim de semana são reservados para os estudos. E apesar do cansaço, ela enxerga o esforço como investimento no próprio futuro. “O maior desafio foi conciliar a escola com o trabalho. No começo foi complicado, mas depois fui me adaptando”, diz.
Durante o período no TST, Sofia teve contato direto com rotinas administrativas e descobriu um novo campo de interesse. “Antes, meu sonho era ser médica veterinária, porque sempre gostei de animais. Mas, depois que entrei aqui, comecei a ver como a área da administração é ampla e cheia de oportunidades. Hoje, penso nessas duas opções para a faculdade”, compartilha.
Além dos aprendizados técnicos, ela destaca o acolhimento dos colegas de trabalho como um dos aspectos mais marcantes da vivência no Tribunal. “O pessoal da Caad é maravilhoso. Sempre me acolheram muito bem. Aprendo todo dia com cada um deles, mesmo que seja algo simples.”
Na opinião da jovem, programas como o Jovem Aprendiz são essenciais para preparar os adolescentes para o mercado de trabalho. “É uma oportunidade muito grande de entender como é a rotina profissional, desenvolver responsabilidade e enriquecer o currículo. A gente cresce muito, como pessoa e como profissional.”
Agora, com o fim do contrato se aproximando, ela já começa a pensar nos próximos passos — inclusive a possibilidade de seguir carreira no serviço público. “Trabalhar num órgão como o TST abriu minha mente para muitas possibilidades. Concurso público, por exemplo, é uma opção que hoje eu considero também.”
Enquanto se despede da rotina no Tribunal, Sofia leva consigo aprendizados que certamente continuarão a guiá-la no caminho profissional que escolher.
Aprendizado que vai além da sala de aula
Aos 21 anos, a estudante de História Larissa Mouhamad encontrou no TST um espaço de crescimento que vai além do acadêmico como estagiária na Coordenadoria de Gestão Documental e Memórias.
Aluna da Universidade de Brasília (UnB), ela conta que sempre gostou muito de História e que seu pai também sempre foi apaixonado pelo tema, mesmo sem ter tido a oportunidade de cursar uma faculdade. “Ele foi minha maior inspiração”, relata.
No TST, a jovem teve a oportunidade de atuar inicialmente com documentos e processos jurídicos, mas logo se envolveu em atividades mais diretamente ligadas à pesquisa histórica. Atualmente, colabora com o setor de cerimonial, onde contribui para ações que resgatam e valorizam a memória institucional. “Lá a gente pesquisa jornais antigos, fotos, fatos históricos. É um trabalho feito em conjunto com servidores também formados em História. A gente aprende o tempo todo”, destaca.
Um dos projetos que mais marcou sua trajetória foi a atuação na organização da Semana da Memória deste ano que irá homenagear a promulgação da lei complementar nº 150, conhecida como PEC das Domésticas.
A temática tem um significado pessoal para a estudante, cuja família tem várias mulheres que atuam como empregadas domésticas. “Me marcou muito ver o quanto essas mulheres foram invisibilizadas e o quanto essa lei foi importante para garantir os direitos delas. Foi um projeto que me tocou de verdade”, compartilha.
A experiência no TST também ampliou seus horizontes quanto ao futuro profissional. Antes mesmo de ingressar no estágio, ela já fazia concursos públicos, mas hoje se sente ainda mais motivada a seguir esse caminho. “É um ambiente que valoriza o aprendizado. Eu aprendi muito, inclusive sobre áreas que não são da minha formação, como Direito e Arquivologia. Isso me ajuda até nas provas”, comenta.
Para os jovens que pensam em atuar no TST, ela deixa um conselho: “vale muito a pena. Você cresce como profissional e como pessoa, e ainda cria laços de amizade. Tem um ciclo social acolhedor, oportunidades de aprendizado em várias áreas. É importante se esforçar para aproveitar tudo o que o TST proporciona”.
